segunda-feira, 28 de novembro de 2011
- sem título -
enchi o peito com o fumo na mesa do café, quando ainda se podia fumar nos cafés, e olhei para uma outra mesa.
sobre a mesa um cinzeiro vazio, uma bolsa de mulher e um café. ela estava, com os cabelos louros, olhando na direcção da porta como se esperasse alguém.
a minha chávena estava já quase fria, depois de sorvido o líquido negro e quente e os meus olhos, fingindo-se atentos às pequenas letras do jornal, já nada faziam senão cairem para aquela singularidade que, impossivelmente, estava sentada uma ou duas mesas ao lado da minha. estranhos acasos nos reserva a vida, colocar-nos ali, um mendigo e uma rainha separados por uma mesa de café.
quando ela levantou os olhos, jurei que tinha sido para mim. um sorriso abriu-se nos lábios e fê-la mais radiante, com uma pequena ruga no canto do olho, daquelas que aparecem quando os sorrisos são sinceros.
então, nervoso, inspirei o último travo do fumo, pensei levantar-me. as pernas reagiram. antes disso, quando me tirava da cadeira, passou por mim quem acabara de entrar e sentou-se com ela.
ainda assim, ainda que por breves momentos, por dentro, exaltei-me enganado, pensando que era um sorriso para mim. como enganado está quase sempre quem se exalta.
sobre a mesa um cinzeiro vazio, uma bolsa de mulher e um café. ela estava, com os cabelos louros, olhando na direcção da porta como se esperasse alguém.
a minha chávena estava já quase fria, depois de sorvido o líquido negro e quente e os meus olhos, fingindo-se atentos às pequenas letras do jornal, já nada faziam senão cairem para aquela singularidade que, impossivelmente, estava sentada uma ou duas mesas ao lado da minha. estranhos acasos nos reserva a vida, colocar-nos ali, um mendigo e uma rainha separados por uma mesa de café.
quando ela levantou os olhos, jurei que tinha sido para mim. um sorriso abriu-se nos lábios e fê-la mais radiante, com uma pequena ruga no canto do olho, daquelas que aparecem quando os sorrisos são sinceros.
então, nervoso, inspirei o último travo do fumo, pensei levantar-me. as pernas reagiram. antes disso, quando me tirava da cadeira, passou por mim quem acabara de entrar e sentou-se com ela.
ainda assim, ainda que por breves momentos, por dentro, exaltei-me enganado, pensando que era um sorriso para mim. como enganado está quase sempre quem se exalta.
domingo, 27 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
o tempo no poema
em cada letra do verso, está uma flor que que não definha.
em cada sílaba, um beijo que não desvanece.
em cada sílaba, um beijo que não desvanece.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
vermelho
ígneos nossos punhos, nossas almas.
flamejantes nossos hinos, nossas lágrimas.
vermelhos nosso sangue, lutas e vitórias.
fortes nossos braços na conquista,
a almas, punhos,
lágrimas, hinos,
lutas e sangue,
do triunfo e da nossa glória.
flamejantes nossos hinos, nossas lágrimas.
vermelhos nosso sangue, lutas e vitórias.
fortes nossos braços na conquista,
a almas, punhos,
lágrimas, hinos,
lutas e sangue,
do triunfo e da nossa glória.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
- sem título -
os versos são as folhas caídas das árvores
sobre a água de um lago no outono.
onde afundam ondulantes.
queremos ouvi-los crepitar sob nossos pés,
mas uma barreira líquida e transparente opõe-se-nos
como todo o ar que se coloca entre nós e o céu.
sobre a água de um lago no outono.
onde afundam ondulantes.
queremos ouvi-los crepitar sob nossos pés,
mas uma barreira líquida e transparente opõe-se-nos
como todo o ar que se coloca entre nós e o céu.
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