como fosse esta noite
uma de inverno,
sendo verão.
como fossem flores
as pedras negras
cuspidas da boca de um vulcão.
como incandescente ficasse
a cratera do tempo.
como cheio fosse o verso
meticuloso e bem organizado
da poesia vazia.
terça-feira, 26 de maio de 2009
lucifer
quando as veias pulsam chamas
e fazemos de nós instrumento do mundo
então as forças são divinas,
que deus és tu e eu e o resto.
e somos também os demónios
que portam a luz
e o fogo purificador
dos silêncios e cumplicidades
dos nossos confessionários.
e fazemos de nós instrumento do mundo
então as forças são divinas,
que deus és tu e eu e o resto.
e somos também os demónios
que portam a luz
e o fogo purificador
dos silêncios e cumplicidades
dos nossos confessionários.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
terça-feira, 12 de maio de 2009
sábado, 9 de maio de 2009
em chamas
ígneas são as palavras e os punhos da luta
dos homens mais fortes que vulcões.
temperatura nuclear
força telúrica capaz de fazer vibrar
os átomos e de lhes fazer saltar neutrões.
dos homens mais fortes que vulcões.
temperatura nuclear
força telúrica capaz de fazer vibrar
os átomos e de lhes fazer saltar neutrões.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
-reverência-
quando vieres junto de mim, beijo-te
a palma da mão em reverência
que há quem nunca na vida inteira
tenha a digna experiência
de se conhecer ao espelho
dos olhos dos outros.
a palma da mão em reverência
que há quem nunca na vida inteira
tenha a digna experiência
de se conhecer ao espelho
dos olhos dos outros.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
abertura
quando nascem palavras não pedem licença
brotam em torrente, por vezes caótica,
ordenemo-las como pudermos
assim nos encontremos ao fundo das ruas por onde caminhamos.
ruas estreitas, longas porém,
onde nos invernos crescem poças de água pelo chão.
que marcam os passos até, minutos corridos, se evaporarem
sem aparente razão.
brotam em torrente, por vezes caótica,
ordenemo-las como pudermos
assim nos encontremos ao fundo das ruas por onde caminhamos.
ruas estreitas, longas porém,
onde nos invernos crescem poças de água pelo chão.
que marcam os passos até, minutos corridos, se evaporarem
sem aparente razão.
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