quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

guerra de classes

vibram-me as cordas vocais e os pulmões,
com um clamor, como um tambor,
de alegria, de dor,
de raiva, despudor,
vibram-me as sinapses,
os gritos, os punhos cerrados,
e os olhos raiados,
na luta, até à vitória,
vibrem átomos, morram quimeras,
na luta, até ao fim de todas as guerras,
feita de muitas batalhas em todas as terras.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

navegação

será o vento a trazer-me o teu nome
nos dias de esquecimento.
será o teu nome a lembrar-me de quem sou
nas noites sem estrelas.

da poesia

os poemas são as nossas dores escritas em letras.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lisboa

um barco no tejo,
um abraço,
um beijo,
ao longe uma ponte sobre os telhados
inúmeros, antigos, confusos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

- sem título -

por que é que as palavras não se respiram?
inspirar
expirar
até à última.

domingo, 4 de dezembro de 2011

- sem título -

as pontas dos meus dedos suaves
sobre a pele das tuas ancas
e o meu sussurro atrás do teu corpo nu,
sopra-te no ouvido a palavra absolutamente
necessária.