esse poema do vento,
que te leva o ar do peito,
suspiro
esse fôlego perdido,
esse beijo fugaz do tempo,
vazio
levou-nos os poemas, os motes, as estrofes.
deixou-nos a poesia viva, como a mais intensa das mortes.
terça-feira, 30 de março de 2010
vento II
sopras forte ao meu ouvido os avisos
os cuidados, sopras as aventuras e os descuidos,
e acima de tudo, levas-me no sopro a viajar.
e enquanto voamos juntos, eu e tu, vento um só.
escapam-se-me todas as palavras, como escapa o tempo
à velocidade da luz.
os cuidados, sopras as aventuras e os descuidos,
e acima de tudo, levas-me no sopro a viajar.
e enquanto voamos juntos, eu e tu, vento um só.
escapam-se-me todas as palavras, como escapa o tempo
à velocidade da luz.
vento
não somos mais afinal que pequenas tempestades.
cada um, um tempestuoso ciclone.
e a nossa primavera, a que traz a bonança e a calmaria,
vem sempre necessariamente depois de nós.
cada um, um tempestuoso ciclone.
e a nossa primavera, a que traz a bonança e a calmaria,
vem sempre necessariamente depois de nós.
quinta-feira, 18 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
(...)
ainda sinto o teu toque ligeiro, como beijos.
ainda vejo ao meu lado na cama o teu pescoço despido,
e os lençóis ainda desenham a tua orografia, porém vazios.
ainda me escorre dos pulmões o ar como a água das torrentes,
e me fico quase morto, nunca tão vivo.
todo o momento de amor é infinto
porquanto dura além do tempo,
ou corre pleno, potente,
à margem dele.
ainda vejo ao meu lado na cama o teu pescoço despido,
e os lençóis ainda desenham a tua orografia, porém vazios.
ainda me escorre dos pulmões o ar como a água das torrentes,
e me fico quase morto, nunca tão vivo.
todo o momento de amor é infinto
porquanto dura além do tempo,
ou corre pleno, potente,
à margem dele.
sexta-feira, 5 de março de 2010
o vazio da procura
quando levanto as pontas da alma à procura de volume,
sente-se apenas o vazio comburente da ansiedade.
tal como tu quando olhas para ambos os lados da rua
em busca inconsciente de alguém, que não sabes quem,
apenas encontras a resposta ecoante da tua solidão.
quando vieres procurando, não pousará o pó que te envolve.
e ninguém pode verdadeiramente ver no meio da poeira intensa,
e ninguém pode realmente ser visto no centro do furacão.
e poderás conjugar astros de jornais, deitar sortes nas linhas da tua mão,
que é certo enquanto procuras não encontrarás.
sente-se apenas o vazio comburente da ansiedade.
tal como tu quando olhas para ambos os lados da rua
em busca inconsciente de alguém, que não sabes quem,
apenas encontras a resposta ecoante da tua solidão.
quando vieres procurando, não pousará o pó que te envolve.
e ninguém pode verdadeiramente ver no meio da poeira intensa,
e ninguém pode realmente ser visto no centro do furacão.
e poderás conjugar astros de jornais, deitar sortes nas linhas da tua mão,
que é certo enquanto procuras não encontrarás.
quarta-feira, 3 de março de 2010
através do nevoeiro
eu vi que me viste,
mesmo através da chuva densa
e do nevoeiro,
porque me olhaste
além das imagens difusas e das fotografias,
porque me olhaste
além do escuro da noite e do preconceito,
porque afinal,
me olhaste nos olhos.
mesmo através da chuva densa
e do nevoeiro,
porque me olhaste
além das imagens difusas e das fotografias,
porque me olhaste
além do escuro da noite e do preconceito,
porque afinal,
me olhaste nos olhos.
segunda-feira, 1 de março de 2010
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