já não há tempo para que a poesia se dê ao luxo
de passear nos bosques encantados e nos egos poluídos
dos intelectuais de escrivaninha.
já não há tempo para que os versos se ostentem,
bem rimados, construídos, bem ritmados, bonitos,
nos corações vazios da burguesia.
é urgente que as palavras ganhem o peso das pedras,
se revoltem com os que vivem sem poesia e sem pão.
não há tempo para brincar aos poetas, ao depressivo snob en vogue.
só nos resta tempo para que se não nos acabe o tempo,
para que gritemos ainda que não abdicámos do futuro,
com propriedade, ou mesmo sem.
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6 comentários:
Aqui está um verdadeiro poema de Luta!
Levei emprestado, Miguel!
Também, e muito, com as palavras lutamos!
Abraço.
Simplesmente lindo e inspirador...
Ao ler este poema, lembrei-me de José Gomes Ferreira.
"É urgente que as palavras ganhem o peso das pedras"... Adorei. Gostava muito de o partilhar. Será que posso?
Partilhe a vontade. Aliás, é urgente dizer a toda a gente!
limdo esse poema muito interesante
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