quando viste o teu país destroçado,
as mulheres perdidas, os homens devastados,
quando viste o teu povo vergado, rastejando,
e chamaste a ti a força escondida do Ser Humano,
soubeste o preço em sangue da revolta,
da conquista do pão, cujo trigo em tua terra,
em teu trabalho ia crescendo.
soubeste o custo fatal da audácia,
e nos teus olhos brilharam os sonhos de todos os explorados,
dos corações e dos punhos agrilhoados.
quando empunhaste as armas da coragem e levantaste o rosto à vitória,
sabia-la longínqua, porém incontornável,
como o destino das aves que migram, sempre inexorável.
mesmo que uma, duas, dez ou vinte, tombem no caminho para a glória.
e tu tombaste, irmão,
todavia
a tua força é perpétua,
não como a onda, mas como a maré.
mesmo sob as garras das bestas, das águias cobardes,
levaste mais alto a bandeira vermelha,
do que soubera possível a soma até aí de toda a dignidade,
se alguma coisa perdeste nessa guerra,
não foi a vida, irmão,
foi a prisão.
para que possamos hoje, como então,
dizer não.
e abrir de verdade as portas da liberdade.
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1 comentário:
Soberbo poema de Luta!
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