quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ao povo soviético

quando viste o teu país destroçado,
as mulheres perdidas, os homens devastados,
quando viste o teu povo vergado, rastejando,
e chamaste a ti a força escondida do Ser Humano,
soubeste o preço em sangue da revolta,
da conquista do pão, cujo trigo em tua terra,
em teu trabalho ia crescendo.

soubeste o custo fatal da audácia,
e nos teus olhos brilharam os sonhos de todos os explorados,
dos corações e dos punhos agrilhoados.

quando empunhaste as armas da coragem e levantaste o rosto à vitória,
sabia-la longínqua, porém incontornável,
como o destino das aves que migram, sempre inexorável.
mesmo que uma, duas, dez ou vinte, tombem no caminho para a glória.

e tu tombaste, irmão,
todavia
a tua força é perpétua,
não como a onda, mas como a maré.

mesmo sob as garras das bestas, das águias cobardes,
levaste mais alto a bandeira vermelha,
do que soubera possível a soma até aí de toda a dignidade,

se alguma coisa perdeste nessa guerra,
não foi a vida, irmão,
foi a prisão.

para que possamos hoje, como então,
dizer não.

e abrir de verdade as portas da liberdade.

1 comentário:

Maria disse...

Soberbo poema de Luta!